Juliana Notari e Jairo Pereira se juntam para o projeto "Ainda estamos vivos", uma série de obras que discute as diversas formas de opressão, e a maneira como as pessoas se relacionam dentro disso.
Dois anti-conformistas que usam o ser artista, em prol às causas que os afetam efetivamente como o racismo e o machismo.
Nestas pesquisas, se aprofundam na síntese da
criação de obras que comuniquem com os mais diversos
públicos e no caso deste projeto, realizados sempre em espaços
públicos.
Quando os artistas optam em colocar suas obras nas ruas
de uma cidade tão caótica e tenaz como São
Paulo, se almeja claramente a quebra do ciclo do cotidiano de
centenas de pessoas que circulam naquele espaço, naquele certo
momento. Cria-se instantaneamente uma relação entre
individuo – espaço – tempo, ou seja, um evento.
Espera-se a quebra desta relação que a
cidade de São Paulo propõe, em que os seres habitantes
entram num ritmo frenético do dia-a-dia, saindo de suas casas,
munidos de seus carros, e entrando no que a artista Priscilla Davanzo
chama de "Caixas Herméticas". Existe a não-relação
com o espaço publico e com a cidade como um todo, esquecendo
dos diversos contextos existentes.
Mudar o cotidiano destas pessoas, levando uma
performance, um manifesto poético, estético, discutindo
o que também é corriqueiro e comum como o genocídio
, o racismo e a forma velada que se trata no meio do caos e desta
eterna relação monetária, é o que se almeja.
A primeira obra "Os Mendonças" aconteceu na Rua Oscar Freire, na cidade de São Paulo no dia 16 de novembro.
Vejam o video: http://www.youtube.com/watch?v=EPIKHLzArAk
Em
“Os Mendonças” , a marionetista Juliana Notari e o ator
Jairo Pereira colocam na rua 5 personagens mascarados e
marionetizados, que representam o sistema de opressão que é
mantido vivo por centenas de anos no Brasil e que impossibilita o
desenvolvimento social e a valorização do negro, resultando em
dados alarmantes como o genocídio étnico desta juventude.
Os
Mendonças são os quatrocentões , os recentes
descendentes dos bandeirantes, dos colonizadores pioneiros do Brasil
, que durante o ato se relacionam de forma opressora com o ator
negro, que é a resistência.
No dia 22 de dezembro, Jairo e Juliana apresentam no Sesc Santana, outra performance, que se chama Solstício.
Performance interativa que nasceu a
partir da necessidade de discutir o que são as relações
e inter-dependências entre as pessoas no hoje, e nada mais
simbólico que o Natal como espaço-evento para que isso
aconteça.
Julliana
Notari investiga essa relação “unipersonal” com o
publico já a algum tempo, que aqui é colocado
intimamente em cena, em meio aos dois artistas.
As
historias são contadas como uma conversa de dois amigos que
não se encontram há muito tempo e que viram, passaram e
viveram lugares desconhecidos.
Em janeiro e fevereiro, estarão no Sesc Bom Retiro com a obra "Para Eulalia". Dois atores, poemas eróticos, objetos e uma marionete que quer se libertar: esses são os elementos essenciais que se fundem e dão corpo a esta performance.
Eulália é metade mulher, metade marionete. Ela tem algo a dizer e não consegue, pois comeu uma flor, e agora está engasgada. Ela quer falar, é algo belo, mas fica embebecida com o gosto da própria flor, que é o sentimento, a essência do quer quer dizer. Toda vez que cria coragem, o gosto da flor toma conta de seu corpo e esquece as palavras.
O dois atores tentam traduzir o que Eulália nunca consegue falar, num dialogo poético acompanhado de imagens, gestos resignificando objetos do cotidiano desta personagem.
Eles querem libertar a marionete, o amor em flor e os afetos.
Eulália é metade mulher, metade marionete. Ela tem algo a dizer e não consegue, pois comeu uma flor, e agora está engasgada. Ela quer falar, é algo belo, mas fica embebecida com o gosto da própria flor, que é o sentimento, a essência do quer quer dizer. Toda vez que cria coragem, o gosto da flor toma conta de seu corpo e esquece as palavras.
O dois atores tentam traduzir o que Eulália nunca consegue falar, num dialogo poético acompanhado de imagens, gestos resignificando objetos do cotidiano desta personagem.
Eles querem libertar a marionete, o amor em flor e os afetos.
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire